sexta-feira, 29 de julho de 2011

TEUS






ÉS MÚSICA
TEU CORAÇÃO PULSA

TUAS VEIAS
VIBRAM COMO AS CORDAS

 ÉS PERCUSSÃO CORPORAL

 TE ESCUTO
AO ENCOSTAR MEU CORPO EM TEUS
BATUQUES

INDECIFRÁVEIS,
ATONAIS...

ÉS MÚSICA
DESCOMPASSADA PRA MIM,
SE PASSAS LONGE ALGUNS DIAS.

SE PROCURAS OUTRAS AUTORIAS
SE PASSEIAS POR ESCALAS
NAS QUAIS, NÃO TE ALCANÇO...

E SE ME DEIXAS AUSENTE DE
TEUS DISCURSOS SONOROS,
ME CALO, CHORO
DESENCANTADA
DE TEUS ENCANTOS

PASSO AS TARDES
PROCURANDO MELODIAS
LETRAS, HARMONIAS
QUE TE CANTAM...



MARIS FIGUEIREDO

quinta-feira, 7 de julho de 2011

Afazeres


À luz que ilumina os dias em que me sinto nas sombras,
Ao vento e à brisa que refrescam os dias em que me sinto sufocada,
Às flores que conduzem a alma para o belo e, por consequência, para o bem, nos dias em que meu coração só percebe o que é tristeza e fenece...
Ao verde das matas, florestas e campos que perfumam de clorofila e purificam meu peito,
Agradeço!

Agradeço por quando posso
Respirar fundo e
Ouvir o bater de asas dos pássaros...
Escutar cantos, zunidos de insetos, pequenos sons...
A correnteza do rio, as folhas secas...

Contemplar montanhas,
O majestoso mar e
Seculares árvores...
Sentir perfume das flores,
Dormir  olhando para o céu feito manto de estrelas
Mostrando o quanto tudo é tão pequeno diante do infinito...


Da vida
Só quero esses afazeres:

Sentir
 Suavizar
Ajudar
Libertar

Ouvir
Aprender
Purificar

Voar


Conduzir
Contemplar
Amar

Iluminar
Serenar
Emocionar

Seguir


Maris Figueiredo




terça-feira, 5 de julho de 2011

HERANÇA DA POESIA






Debruço-me sobre a janela
Observo  ele, ela, eles, elas, nós
...
Passando para a lida

Sempre o mesmo cenário

Porém,
Quando essa rua
É minha, é nossa!

Eu sento
Na pedra do caminho
E converso com o poeta
Por horas:

  Contando causo 
Cantando rimas
Soltando verbos


...

Fico a contemplar a vida
Na ociosidade subversiva

...

Ganho asas de borboletas
E os verdes pés das lagartas

...

Sinto

...
Quando essa rua é nossa
O céu também é


Não há trilhas, nem trilhos!
Há caminhos...

Pois a rua dele, dela, deles, delas
E nossa
É a via láctea
Empoeirada de estrelas


Tapete encantado,
Mágico


Momento de

Silêncio
Que parece guardar a vida
Como se fosse o útero
Gerador de mundos




É a expressão que grita, clama, chora, sorri, emociona,
Explode, eclode, expande


...



Herança jamais perdida


MARIS FIGUEIREDO

[A] MAR



O mar 
É amor
Espumando
Na areia o
Deleite

Em que,
Distraídas,
Deságuam
Naus

Nunca
Se satisfaz com
As aparentes harmonias
Da superfície

Das amizades nasce
Correndo rios
Em calmaria

Ganha forças
 Nas profundas águas
Com sabor de sal

Até que um dia
Se afasta em ondas

Deixa som
Em conchas acústicas

Deixa
Perfume de maresia 

Deixa
 colares de algas marinhas

 Presentes,
Como provas e testemunhas

MARIS FIGUEIREDO


segunda-feira, 4 de julho de 2011

DAS ILUSÕES




Quando sonhava, quando dormia  estava mais acordada do que imaginava e era justamente ao despertar no corpo físico que sonhava, literalmente... Mergulhada na matéria, perdia parte da sensibilidade, da percepção do que estava a sua volta.
O tempo todo em que estava "acordada", vivia como se houvesse um véu sobre suas vistas turvas... E até mesmo a tristeza era menos intensa, assim como, qualquer alegria.

MARIS FIGUEIREDO

sábado, 2 de julho de 2011

ADEUS

OFERECEU ROSAS
PÚRPURAS

DAS MÃOS CÁLIDAS
VERTIA AROMA DE
FLORES

DISSE ADEUS
COMO AS ONDAS

E DEIXOU FRIAS
AS DOCES
ESPERANÇAS ESTÚPIDAS

Maris Figueiredo