sábado, 26 de dezembro de 2009

DA JANELA DE BILAC


Se estrelas
Olhasse
E da Terra

Devassando suas janelas,
A alma
Ao debruçar-se,
Bilac,
Sentisse...

Se espantaria
 Ao vê-lo
Imortalizado nas esferas...

 E
Vertendo sonhos de essência luminosa,
Explosão,
Nem sempre harmoniosa.
Onde o caos é nuvem de poeira cintilante
Espalhando poesia!

Se antes,
aventurava-se a
Abrir as janelas
num colóquio estelar...

Veria
Agora:
Ganhou o espaço
Na companhia delas!

Fadado ao
Infinito,
Hoje,
Em versos
de luz,
Brilha
Bilac,
O poeta amigo!

Maris




Ouvir Estrelas (Olavo Bilac)
"Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muitas vezes desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A via-láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas."