segunda-feira, 23 de junho de 2008

VÔO


Som das asas

Vôo no escuro

Aprofundando horizontes

Caminhando nas nuvens


Oculto-me

Barganhando luzes

Espalhando-me em sonhos

Que foram perdidos


Sombras

Marcas da passagem

São apenas

Som das asas

Silêncio


Vôo no escuro

Me tortura

O som das asas


E a vida passa...

Um relicário

De tudo

Tão perto

Que não chega



ɱ αгЇS


ONE LAST BREATH - CREED

Please come now, I think I'm falling
I'm holding on to all I think is safe
It seems I've found the road to nowhere
And I'm trying to escape
I yelled back when I heard thunder
But I'm down to one last breath
And with it let me say
Let me say

Hold me now
I'm six feet from the edge and I'm thinking
Maybe six feet
Ain't so far down

I'm looking down now that it's over
Reflecting on all of my mistakes
I thought I found the road to somewhere
Somewhere in HIS grace
I cried out heaven save me
But I'm down to one last breath
And with it let me say
Let me say

Hold me now
I'm six feet from the edge and I'm thinking
Maybe six feet
Ain't so far down

Hold me now
I'm six feet from the edge and I'm thinking
Maybe six feet
Ain't so far down
I'm so far down

Sad eyes follow me
But I still believe there's something left for me
So please come stay with me
'Cause I still believe there's something left for you and me
For you and me
For you and me

Hold me now
I'm six feet from the edge and I'm thinking

Hold me now
I'm six feet from the edge and I'm thinking
Maybe six feet
Ain't so far down

Hold me now
I'm six feet from the edge and I'm thinking
Maybe six feet
Ain't so far down

Please come now, I think I'm falling
I'm holding on to all I think is safe

quarta-feira, 18 de junho de 2008

Dias...

Às vezes, acordo
Com uma vontade imensa de fazer de conta
E deixar tudo por conta de não sei o quê


Dá vontade de fugir de tudo
Esse tudo que já não cabe em mim
Viver o mais completo absurdo


Eu vivo de supostas viagens
Em plena estação mas sem coragem de embarcar
Vendo o tempo carregando tudo e me lembrando
Que continuo no mesmo lugar

Meu corpo pesa
As desculpas não iludem
Se é inata em mim a vontade de voar

Acho que caminho para o eloucrescer...


ɱαгЇS

terça-feira, 17 de junho de 2008

Revelar




Não há rimas
Não há rotas
Só remos reviram
As águas

Apressados
Recorrem ao tempo
Caminhos
Refazendo

Acenando
Distante dos sonhos
Que acarinhei
O tempo
Responde
Não

E
Nessas horas
Sinto tudo
Recolher

Assim como o fim do dia
Assim como as lagartas
Assim como as dormideiras
Assim como as conchas

...

Ressinto
Recolho
Em recanto

...

Guardo o som das ondas
Guardo o silêncio
Guardo luz e sombra
Guardo um mundo aqui dentro

...

Mas o calcário
Repartido
Há de misturar
à areia
Ou se perderá
Nas águas

...
Revirar a vida
Reaver tudo
Recriar

Ressurgindo das ruínas
Restará sempre
Meu mundo exposto

Revelando
Tudo
Pra te dar


ɱαгЇS

domingo, 8 de junho de 2008

ERAS


William Bouguereau


Quisera
encontrar-te
E assim ser
Cativa

Me sinto em queda
Livre
Descoberta
No espaço


Atravessando
Arco-íris
Mortal
E atrevida


Solitária,
Sou
Implosão

Inaudível
Som
Que a vida
Herda


Dualidade
Cujo Cronos
Desespera


Dom de Ícaro
Trazer sonhos nas asas
Desejos
Carregados pelo vento
A desmacharem-se
Nos raios
Do Sol


Feita de idas e vindas
Fiz
Milenar a vocação
Fênix que se eleva
Das cinzas


Eis a liberdade
Talvez
Pior prisão
De possibilidades tantas
E não serenar
Na alma
O temido
Coração


Eu

Psyché

A espera

De Eros

Eras e eras a fio...


ɱαгЇS


Pai, obrigada!



Pai

Muito obrigada

Por tudo que me é dado

Muito mais do que mereço

Mais do que o combinado

Pai de divina bondade

Fonte de luz e amor

Me perdoe os tropeços na senda

Quando me distancio de ti, Senhor

Obrigada pelo instrumento perfeito

E pela Terra que deste de morada

Obrigada pelas vicissitudes do caminho

Neste solo, nossa escola abençoada

Que eu saiba valorizar cada instante

E o quanto preciso aprender a caminhar

Com os próprios pés aprendendo a ser forte

Compreendendo que estás a me guardar

E onde quer que eu vá, Pai

Que meu coração não se esqueça

Da herança de sermos aventurados

Irmãos aprendendo uns com outros

Filhos muito amados

De tua inesgotável beleza!

ɱαгЇS

Presente de um querido amigo...

Foto de Fernando David

A Liberdade é Azul

A liberdade é azul
De um azul raiado, não exatamente puro

Do envidraçado azul dessas janelas
Lá longe, bem longe
Uma alma vaga
Leve, solta, livre e ri

Ela não sabe, mas por detrás do seu mundo azul
Um espectador olha, assombrado

Inebriado por tamanha beleza
Da alvura d'alma

Os teus olhos são espelhos d'água
Azuis, encantados
Insanos
Olhos de Maris



Helbert

quarta-feira, 4 de junho de 2008

CERRADO

foto de Hélio Rocha




Eis que o amor não chega
Tal qual água
Em plena seca

Solo ácido
Aves voando tão baixo
Feito os sonhos
Dos homens

Os pés
Não percorrem a
Imensa vereda

Desistiram de caminhar

Nos lábios
É o sabor agreste
Que me acompanha

O cerrado
Do meu coração
Em galhos
Retorce a vida
Contra a minha
Natureza

As lágrimas
Que jorram dos olhos
É pouca...

Endureceu-me
A terra
Acostumei
viver
Distante

Rusticamente
Guardada
Em minhas cascas espessas
ɱαгЇS

segunda-feira, 2 de junho de 2008

OUTONO



De tons

Sons

Cores

É feito você


Dos sabores

Nesse outono

Pra mim indefinível

Simplesmente, Ser


Traz

A agitação das águas

Que silenciosamente

Devassam a areia

Beijando

Sem esperar


Em contraponto


Guarda

Tom de voz que acalma

Uma beleza na aura

Mãos que abrasam

E brilho no olhar


Dissipa

As nuvens pesadas

Feito leve brisa

Que ternamente passa

Com uma luz

Vem clarear


E é na amplidão

Dos sentidos

Onde vive

O mistério dos indescritíveis

Que sua essência

Se faz revelar

...

Tremor

Em mansidão

Que o espaço

Invade


Som de cordas

Que a vida faz vibrar


Mostrou-se tão pleno

Como se fosse a própria verdade

Que mesmo que esse outono

Agora findasse


Ainda assim

Eu continuaria

A acreditar

ɱαгЇS