quarta-feira, 4 de junho de 2008

CERRADO

foto de Hélio Rocha




Eis que o amor não chega
Tal qual água
Em plena seca

Solo ácido
Aves voando tão baixo
Feito os sonhos
Dos homens

Os pés
Não percorrem a
Imensa vereda

Desistiram de caminhar

Nos lábios
É o sabor agreste
Que me acompanha

O cerrado
Do meu coração
Em galhos
Retorce a vida
Contra a minha
Natureza

As lágrimas
Que jorram dos olhos
É pouca...

Endureceu-me
A terra
Acostumei
viver
Distante

Rusticamente
Guardada
Em minhas cascas espessas
ɱαгЇS

Um comentário:

Helenice Priedols disse...

Maris, suas poesias ficam cada vez melhores, mais profundas. Esta é muito linda!

PAZ e LUZ